Jardim de Encantos

Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero uma verdade inventada. Clarice Lispector





Os dedos tocam o arrepio da pele

O cheiro do teu corpo

Mistura-se ao meu

As bocas se encontram

Sinto a volúpia do teu beijo

As mãos deslizam sobre os corpos

Os olhos se fitam

Sinto teu perfume

O toque da tua pele

O calor do teu corpo

Sua boca novamente toca a minha

As línguas se procuram

Os corpos se enroscam

Flutuam

Enlaçando-nos

Entrego-me a ti

As mãos se seguram

E te recebo dentro de mim

Louca de desejo

Beijo teu corpo todo

Parte por parte

Descobrindo lugares secretos

Brinco no teu peito

Como num parque de diversão

A língua percorre cada espaço dele

Que desliza num vai e vem infinito

De olhos fechados você se entrega

E sobre você....eu cavalgo

Com movimentos alucinantes

Ora lentos,

Ora mais ousados

Olho-te nos olhos

É pura entrega

Sinta...

O cheiro que exala

Inebria, embriaga

A brisa da noite

Sopra sobre nossos corpos

Paro o mundo a nossa volta

Momento mágico

A nossa entrega total...

Os corpos já não suportam tanto prazer

O ambiente explode em amor

E nesse momento

Sou só eu e você

Em total doação

Teu sexo dentro do meu

Novamente

Num vai e vem sem pudor

Ora suave...

Ora selvagem

E como num momento único

Os dois corpos juntos

Os líquidos se misturam

Dois corpos unidos

Dois corpos se misturando

Se transformando em um só

Chegando ao ponto máximo do prazer

E a nossa volta...nada

...só eu e você!




Josiane Szargiki

04/10/09






Sempre ouvia falar muito dele, só coisas boas, ficava receosa de acreditar naquilo tudo que sempre me falavam, sempre achei que era bobagem, como poderia existir alguém assim? Impossível, exagero!

Volta e meia alguém vinha me comentar dos seus feitos, da sua benevolência, compreensão, humildade e paciência. Comecei a ficar curiosa, queria conhecer esse homem que tantas maravilhas me falavam.

Eu andava meio triste, descrente da vida, das pessoas, de tudo, havia perdido tudo, nada mais me restava, foi quando uma amiga quis me apresentar um homem que mudaria minha vida, não acreditei, mas revolvi conhecê-lo, afinal não tinha mais nada a perder.

Depois de tanta insistência fui apresentada a ELE, no princípio fiquei com um pé atrás, depois falava com ELE timidamente uma vez ou outra. O tempo foi passando e minha confiança NELE foi aumentando, passei a falar com ELE todas as noites, depois a todo o momento não importava a hora e o lugar. Comecei a me sentir mais feliz, mais leve, bonita e de bem com a vida. Os problemas se tornaram pequenos, já não reclamava dos tropeços da vida, o sol brilhava com mais intensidade, as flores mais perfumadas, os campos mais verdes, a vida estava mais colorida. Descobri que tudo aquilo que me diziam sobre ELE era verdade, percebi que não vivo mais sem ELE, não consigo ficar um dia sequer sem falar no seu nome e suas qualidades, realmente esse homem mudou minha vida, estou completamente apaixonada por ELE.

Sei que esse homem jamais me abandonará, me consolará nas horas tristes, nos momentos mais difíceis da minha vida ELE estará ao meu lado. Sei que para ELE posso dividir meus segredos, sei que escutará pacientemente minhas lamúrias, não deixará que eu sofra mais do que eu possa agüentar e me livrará de qualquer perigo desnecessário.

Esse homem é tudo em minha vida, é o sol que me aquece, e a brisa que toca meu rosto e me refresca, é a luz que ilumina meu caminho, é o ar que respiro. ELE nada me cobra, perdoa meus erros e pecados e sempre que pode atende meus pedidos.

Não sei como pude viver tanto tempo sem esse homem em minha vida, sem sua presença constante, não sei como pude recusar o amor que ELE sempre teve por mim e esperou pacientemente que eu descobrisse ainda a tempo o grande amor que eu também sinto por ELE.

Eu jamais o abandonarei, jamais o decepcionarei, tentarei ser bondosa, jamais o deixarei em segundo plano em minha vida, pois sem ELE eu nada sou.

Eu descobri que o amo verdadeiramente, descobri que ELE é o homem da minha vida e o nome desse homem é JESUS CRISTO.


 


 

Josiane Szargiki

21/09/09

23:19


 


 

O amor


 

Às vezes me pergunto o que é o amor. Muitos vão dizer que é um sentimento puro vivido entre duas pessoas, outros que não existe que é utopia dos trouxas, já alguns que não tem explicação, só vivenciando o tal sentimento para saber. Eu acho que o amor nada mais é que uma doação, uma entrega total sem cobranças.

O amor é o encontro de duas almas, que de tão unidas se transformam em apenas uma. Dois corpos quanto se unem nesse sentimento não enxergam barreiras, flutuam, viajam até as nuvens, se entregam a sua volta o mundo para e o perfume do amor exala.

O amor faz sorrir, faz chorar, às vezes é infantil, outras malicioso, chega sempre sem avisar, devasta tudo, derruba muros. Quando se percebe tomou conta, invadiu, é tarde demais, não tem volta. Aí vem o desejo incontrolável de estar perto, satisfazer todas as vontades do outro... Ah, o amor!!!

Depois de instalado, o amor deixa o casal bobo, não pensam em mais nada, somente na pessoa amada. O amor quer a todo custo estar junto do ser amado, nos transforma em capacho, vira a cabeça, torna nossa vida um relaxo!

Que sentimento é esse????

Esse amor homem e mulher têm que ser incondicional, se doar sem pensar, se entregar sem cobrar, dar sem esperar. Esse sentimento que às vezes é tão puro e outras pode nos enganar.

Amores vêm e vão, uns deixam saudade outros não, vale sentir de qualquer maneira, pois sentimento como o amor não há e para que definir se o bom mesmo é amar!


 


 

Josiane Szargiki 14/09/09 00h16min


 


 



Sou a essência

Sou alma e sentimento

A carne é muito pouco pra mim

Sou além da compreensão

Sou energia

Sou liberdade

Sou o ar e mar

Sou o desconhecido

E o jamais visto

O corpo é só um corpo

A alma pode flutuar

Tele transportar

Sou toque

Pele

Sensação

Sou pura emoção!


Josiane Szargiki 12/04/06 15:30h




De madrugada

Perambulando pelas ruas

A solidão acompanha

E de tudo que preciso é

Um perfume envolvente,

Um olhar penetrante,

Um toque suave

Um gesto marcante

Uma noite inesquecível

Um vinho encorpado

E que tudo isso

Venha acompanhado

De um boa amante.


Josiane Szargiki 10/09/09





A menina apática

Sentada sozinha

Ali ela brinca

Inventa que é rainha


Futuro não vem

Sonhos não têm

Infância acabada

Inocência estuprada


Forçada pelo destino

Deixou de ser criança

Menina mulher

Acabou-se a esperança


O que deveria proteger

Virou seu algoz

Estuprou, violentou

É um monstro feroz


Algo tem que ser feito

É preciso combater

Acabar com a pedofilia

E deixar a infância viver!


Josiane Szargiki

05/09/09




Verônica é uma mulher solteira ainda aos 42 anos, sem filhos, bem sucedida profissionalmente e independente financeiramente, uma típica balzaquiana, mas o peso de modelo de mulher moderna já a cansava resolveu então tirar férias e curtir a vida doméstica, sem se preocupar com horários, reuniões e compromissos chatos de negócios, queria ficar em casa de papo pro ar.

Sua vida social era muito limitada, não gostava de baladas e não tinha muitos amigos, namorado e paqueras fazia tempo que não aparecia. Sem nada para fazer durantes as noites, navegava pela net, um site aqui outro ali, não gostava muito de sites de relacionamentos, não curtia o fato de expor sua vida pessoal na rede, até que certa noite dessas de solidão resolveu entrar numa sala de bate papo, varias pessoas vieram conversar com ela, pessoas sem conteúdo que não chamaram a sua atenção, até que conheceu Luciano, um homem charmoso, bonito, educado, bom de papo. Conversaram por horas, Verônica viu no rapaz algo que a muito não encontrava em homem nenhum, era frágil e sensível, precisava de cuidados femininos.

Todos os dias se encontravam na mesma hora na rede para se falar, Verônica estava muito atraída por ele, então por sugestão dele resolveram se encontrar no parque da cidade. Dia e hora marcados, Verônica vai ao encontro do seu galã de filme antigo. Lá estava ele sentado num banco a sua espera, realmente era um homem que chamava atenção. Conversaram por algumas horas sobre vários assuntos até que o desejo foi maior e um beijo aconteceu, o desejo aumentou, quando Verônica se deu conta já estava a caminho do apartamento de Luciano. Não se preocupou, pois ele se mostrou um homem muito distinto e o desejo era maior.

Já no apartamento seus corpos se incendiaram, Verônica arrancou suas roupas, aquele desejo todo a transformou numa mulher selvagem por sexo, se amaram loucamente, uma, duas, três vezes, ali mesmo no tapete da sala até a exaustão dos corpos. Luciano entregue ao cansaço ali naquele chão achou que a noite havia acabado, ledo engano, Verônica tira de sua bolsa alguns lenços de seda e o amarra, primeiro as mãos, depois os pés e por último venda-lhe os olhos, aquilo o deixa excitadíssimo. Sem poder ver nada, sentiu algo frio passeando pelo seu corpo, aquela sensação o fez ter uma ereção quase que instantânea. Sem entender o porquê, Verônica o amordaça e nesse momento o objeto frio desce até o seu pênis e ele sente a fina lâmina da faca rasgando-lhe a pele. Verônica havia decepado seu membro. Delicadamente ela lhe tira a venda dos olhos, senta-se ao seu lado e friamente fica observando o pobre rapaz agonizar até perder a última gota de sangue e morrer.

Verônica sente-se satisfeita, vai para o banheiro, toma um demorado banho, se arruma e pronta para ir embora olha o corpo de Luciano e o membro dele jogado ao seu lado, aquilo era mais forte que ela, era preciso fazer aquilo, só assim se sentia vingada por ter sido violentada por seu padrasto por tanto tempo.

Verônica sorri e sai dizendo em pensamento: 'esse não abusa de mais ninguém'.


J.S.

05/09/09

01:12




Sentada a beira da calçada

O vento frio meu rosto corta

Olhando sem direção

Tudo que me vem à mente é em vão


Horas se passam

Continuo ali sentada

Na memória a lembrança

De uma história inacabada


Tento realinhar os pensamentos

Parece que tudo escorre pelas mãos

Feito areia fina

Feito ondas que vem e vão.


Josiane Szargiki 31/08/09 23:54




A noite de inverno estava fria, uma garoa caía apenas o uivo do vento se ouvia, além dos seus passos e sua respiração ofegante de quem tem muita pressa.


Mariana era sozinha no mundo, não tinha ninguém por ela, fazia aquele caminho todas as noites, não tinha medo de perambular sozinha, mas naquele dia algo estava diferente, algo sombrio pairava no ar, talvez fosse pelo clima típico de inverno. Apressou o passo e ao passar em frente do casarão abandonado sentiu um arrepio percorrer sua espinha, aquele lugar lhe causava calafrios, andou mais uns metros à frente e parou pensou ter ouvido um gemido que vinha de dentro do casarão, virou-se e apurou os ouvidos para ter certeza, ouviu novamente, era um gemido muito dolorido, de alguém que realmente estava sofrendo.


Mariana ficou sem saber o que fazer, aquele gemido podia ser de alguém machucado precisando de cuidados, mas ficar ali e esperar para saber não lhe agradava, decidiu então buscar ajuda, mas ao tentar correr para procurar socorro não conseguiu sair do lugar, algo a segurava ali e de repente sentiu uma estranha vontade de entrar no casarão.


Parou diante do portãoe o empurrou, um ruído alto do portão devido à ferrugem ecoou pelas ruas desertas. Os gemidos aumentavam e Mariana sentia muito medo, mas não conseguia voltar e mesmo amedrontada Mariana seguia em direção a porta, ao subir a escadaria da entrada, a porta se abriu, aquilo a fez gelar dos pés a cabeça. Mariana estava trêmula e não era por causa do frio, era de pavor.


Entrou na casa e a porta bateu atrás dela, tudo estava escuro e sombrio o que iluminava o ambiente eram as luzes dos postes da rua que penetravam por entre as frestas das tabuas das paredes e janelas. Os gemidos agora eram mais altos e vinham da parte superior do casarão.


Mariana subiu as escadas e a cada passo os degraus rangiam, parecia que tudo ia desabar. Chegando a parte superior, seguiu por um corredor e parou em frente à porta do cômodo de onde vinham os gemidos. Empurrou a porta cuidadosamente e entrou pé ante pé, num canto do quarto, sentada no chão, estava o que parecia ser uma criança, Mariana se aproximou, precisava saber por que aquela criatura estava ali sozinha e se estava machucada ou doente. Resolveu então tocá-la e ao se abaixar sentiu uma forte dor na cabeça, foi ficando tonta, a visão embaralhada, olhou para a criatura e ela sorria com ar de prazer, virou-se e viu uma mulher com um bastão sujo de sangue que provavelmente era o seu, antes de perder os sentidos ainda pode ouvir qual seria seu fim.


_Pronto mestre, poderá se alimentar por mais um tempo, essa é nova e a carne é macia.

_Da próxima vez mulher, não demore tanto a me trazer alimento, senão serão seus filhos meu jantar, temos um pacto, te dou tudo o que quer e você me sacia.


J.S.

29/08/2009








Em nossas vidas

Todos os dias

algo se renova

Basta saber observar

Todos os dias

Em nossas vidas

Passam pessoas e pessoas

Umas deixam marcas

Outras nem se percebem

Já outras

Passam e fazem uma revolução

Devastam tudo

Mudam a vida da gente

Deixando de cabeça pra baixo

E têm outras

Que chegam sem avisar

E saem da mesma forma

Mas todas elas

Não passam por acaso

Estão nas nossas vidas

Para nos ensinar algo

Todas são importantes

Todas vêm para acrescentar

Nunca tirar!



Josiane Szargiki 20/03/06



A solidão minh'alma invade

Sinto-me vazia

Passaste como um furacão

Tão rápido chegou

E do mesmo jeito se foi

Deixou-me aqui

Sem saber o que pensar

Sem saber o que fazer

Que te fiz de mal

Se comigo nada querias

Disseste

Não me enganarias

Fez-me juras

Mil promessas

Mas o que me deixaste?

Apenas meia dúzia de palavras

E nada mais...

Agora aqui estou

Abandonada,

Sinto tua falta

Falta de tuas palavras

Do teu beijo

Do teu calor

E agora nada mais me resta

Estou com a rima perdida!



A brisa da noite

Bate em minha janela

Reconheço

É o seu perfume que exala

Não sei de onde vem...

Entra em meu quarto

Me embriaga

Entorpece

Procuro-te, não te acho

Mas sinto tua presença

Meu corpo se aquece

Treme

Umedece

Deslizo os dedos

Sobre meu corpo

Imagino-te dentro de mim

Sua boca molhada

Tocando a minha

Nosso suor se misturando

Tudo ilusão...

Mas viajo nesse mundo particular

Onde tu tens o papel principal

Mergulho no meu prazer

Por alguns instantes

Nem que seja só em minha mente

Você é só meu!


 

Josiane Szargiki 11/03/06 19:19h


 


 


 


 


 


 


 


 


Que fiz de tão errado

Pra sofrer assim

Ter você

Tão longe de mim


A cada dia te espero

Na mesma hora marcada

Se você se atrasa

Fico desolada


Você chegou de mansinho

Invadiu meu mundo

Pensei que era só de brincadeira

Mas foi mais profundo


Já não sei ficar sem você

A cada dia uma tortura

Espero pelo momento

De sentir a tua doçura


Você entrou na minha vida

Encheu de luz meu caminho

Apaixonei-me

Agora estou perdida


O que é o destino

Tinha que ser pela net

Pra encontrar você

Meu doce menino!


Josiane Szargiki 06/04/06 00:50h



....Ouço o barulho das águas...
Sinto a brisa tocando meu rosto,
Deixo me envolver pelo silêncio...

Me embalo com a melodia dos pássaros.

Pelo cheiro da mata verde...

Os raios de sol que penetram por entre as árvores.

E a energia que irradia de minh'alma...

Me sinto como a primavera,

Floresço a cada dia...

Sinto o sabor da fruta madura,

Do vinho encorpado,

A suavidade do chocolate
que derrete na boca...
Sinto o movimento do corpo...

Sinto o toque suave da pele,
a música dos corpos...
Que invade meu ser
Que me transporta para outra dimensão,

Um mundo sem fronteiras,

Mundo de cores e sons...

Danço...

Me sinto leve,

Como a leveza de uma pluma...

Flutuo por entre as flores,

Sinto o perfume do teu corpo,

O toque dos dedos na pele,
o som da respiração,

O gosto da tua boca...

Te observo..

Sinto a essência do teu ser

Sinto o movimento,

E saboreio cada momento!


Josiane Szargiki 03/04/06 20:30h

Vila Nova era uma cidadezinha pacata, de poucos habitantes, não havia vida noturna, alguns poucos bares sujos, um bordel afastado da cidade que era motivo de protesto por parte das mulheres de família pois seus maridos e namorados eram frequentadores assíduos do local e como toda cidade havia também algumas portinhas onde pastores ministravam seus cultos e uma igreja na praça central. Poucos jovens permaneciam na cidade após o termino dos estudos, saiam em busca de novos horizontes nas grandes metrópoles e os que ficavam constituíam família ali mesmo, geralmente casando com as caipirinhas semi-analfabetas que eram criadas para servir ao marido sempre submissas.

José era como um dos poucos jovens que optavam por permanecer na cidade. Muito tímido e pobre, contentava-se com aquela vidinha simples que levava desde criança. Sem grandes ambições, trabalhava na lavoura de sol a sol e nos fins de semana, quando recebia o pagamento ia se distrair no bordel, lá ele se soltava, tomava uns goles da vagabunda cachaça servida em copos mal lavados, recebia carinho das garotas que alí trabalhavam e assim se sentia mais homem, era a única maneira de deixar a timidez de lado.

Em um fim de tarde, José encontrava-se sentado á porta de um boteco sujo com seus companheiros , quando um pequeno caminhão carregado de caixas ,que ele deduziu que fosse uma mudança, para em frente a antiga casa da rua B, todos ficaram olhando para ver quem era o mais novo habitante daquele fim de mundo e ainda mais naquele velho sobrado que tinha fama de mal assombrado que a muitos anos não era habitado por ninguém, a não ser pelos ratos, baratas e morcegos. José ficou imaginando quem em sã consciência moraria num lugar como aquele, numa cidade onde nada de interessante acontecia. Logo atrás do caminhão, poucos minutos depois para um carro e dele salta uma jovem mulher de trinta e poucos anos, séria, uma mulher que de longe via-se que era de fino trato, muito elegante, olhos claros misteriosos, corpo esguio, boca carnuda tingida de um batom vermelho que lhe favorecia e contrastava com sua pele alva. A imagem daquela mulher fez a cidade parar, os homens boquiabertos admiravam sua beleza, já as mulheres cochichavam umas com as outras e a olhavam com ar de reprovação, mas José a olhou com outros olhos, foi amor a primeira vista.

Os dias se passavam e José não conseguia tirar a imagem daquela mulher da cabeça, foi amor a primeira vista, a paixão pela mulher misteriosa só aumentava, assim como a curiosidade dos habitantes pela moça que nem o nome sabiam, quanto mais de onde vinha e o que fazia ali.

A mulher misteriosa não saia de casa durante o dia, não falava com vizinhos e nem recebia visitas em sua casa. Ninguém a via fazendo compras, indo a farmácia ou varrendo a frente da casa, as janelas e portas do velho sobrado não eram abertas, sabia-se que ainda morava ali porque as vezes ao entardecer, via-se um vulto a espreita num canto da janela do alto da casa. Era muito estranho como alguém que chegara já algum tempo ainda não estivesse desprovida de suas necessidades básicas, isso só aumentavam os fuxicos de porta de botecos e beira de portões.
A clausura da bela mulher fazia com que José se indagasse por várias vezes quem era ela e o que viera fazer ali.

Certa noite, José estava sentado em frente a sua casa, era uma noite de lua cheia, já se passava das dez da noite e embora estivesse uma noite agradável, havia uma forte neblina que vinha do lago e que cobria toda a cidade, fazendo com que ficasse ainda mais vazia. Sozinho e pensativo, olhava para a casa da sua bela misteriosa quando percebe um vulto saindo do portão do velho sobrado, José resolve ir atras. O vulto da mulher seguia apressadamente pelas ruas vazias , onde só se ouvia o barulho do salto do sapato dela. Por diversas vezes ela olha para tras como que para ter certeza que ele ainda o seguia.

Chegando ao lago, a bela misteriosa para e José se aproxima e com receio toca-lhe o ombro, ela se vira e com uma voz doce dirige-se a ele:

_ Sabia que viria!

Ele muito tímido e com a voz tremula tenta desengasgar as palavras:

_Então queria que eu a seguisse?
_Sim, esperei por esta noite e sei que você também.
_ Posso ao menos saber seu nome?
_Meu nome é Sophy e o seu é José.

José encantado com tanta beleza e doçura, nem percebe a armadilha em que se meteu. Sophy olha dentro dos olhos do rapaz hipinotizado e o beija sedutoramente e ele se entrega. Os dois fazem amor ali mesmo, Sophy insaciável, com movimentos frenéticos faz com que o rapaz chegue a um orgasmo nunca antes sentido. Ela ainda por cima dele olha em seus olhos, se aproxima de seu ouvido e lhe sussurra:

_Te satisfiz?
José exausto, responde feliz com um sorriso jocozo nos lábios:
_Sim, muito, como nunca ninguém o fez.
_Mas eu ainda não, ainda tenho fome e sede.
Neste momento José percebe que o olhar doce de Sophy se transforma e em minutos ela sacia sua fome e sede, estraçalhando o corpo do pobre rapaz numa voracidade descomunal, não lhe dando a menor chance de defeza.

No dia seguinte a pacata cidade amanhece alvoroçada, um crime barbaro havia acontecido no lago, eram os restos do corpo de José estraçalhado, um crime que parecia ter sido cometido por um animal selvagem e feroz. Durante dias foram feitas investigações, mas nada conseguiram descobrir, nem pistas, nem testemunhas e muito menos suspeitos, sendo assim o caso fora arquivado e Sophy ficou livre para atacar mais um tímido rapaz na próxima lua cheia.


J.S.




Estava feliz de estar com você

Você saiu não sei por quê

Se te fiz algo errado, perdão

Ou será que caiu a conexão?

Deve ter sido uma confusão

Não tive a intensão

Esperando-lhe aqui estou

Não vejo a hora de você voltar

E comigo de novo teclar!

Josiane Szargiki 31/03/06 1:20h



Não sei quem é você

Nem de onde vem

Não sei como é teu rosto

Ou que fisionomia tem

Nunca ouvi sua voz

Não sei se é de um anjo

Ou se é de um algoz

Flutuo em suas palavras

Viajo num mundo

Criado por nós

Proporcionas-me

Sensações jamais sentidas

Não sei se o que falas

É o que sentes

Ou pura ilusão

Só sei de uma coisa

Atingem o fundo do coração

Mas pouco importa

Saber tudo isso

Entrou em minha vida

Sem se quer bater à porta.


Josiane Szargiki 18/03/06

Jardim de Encantos

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